27/06/2008

Mito de Eros e Psiquê


Havia um rei que possuía três filhas. A mais jovem chamava-se Psiquê e era considerada a mais bela das mortais sendo considerada a encarnação de Afrodite, deusa do amor.
Sabendo disso, a enciumada Afrodite ordenou seu filho Eros que fizesse a jovem se apaixonar por um homem monstruoso.
Naquela época era comum a consulta sobre o destino dos mortais, e o pai de Psique procurou o oráculo de Apolo para saber sobre o destino de sua filha. A ele foi ordenado que ela deveria ser levada para o alto de um rochedo onde se uniria a um monstro horrível e assim foi feito.

Quando Eros tentou atingir Psiqué com uma de suas flechas, acabou se ferindo e se apaixonando por ela. Pediu então ao vento Zéfiro que a transportasse para o seu palácio e lá Psiqué era servida em todos os seus desejos. Eros vinha à noite, e sem se deixar ver, unia-se a Psiqué e desaparecia antes do amanhecer.

Com a ausência de Psiqué, suas irmãs choravam constantemente e ela, entristecida, pediu a Eros que as trouxessem ao palácio. As irmãs foram trazidas, mas ao verem-na tão feliz, sentiram inveja e quiseram conhecer seu marido. Esta, prevenida por Eros, não respondeu às perguntas e mandou-as de volta. Mas pouco tempo depois, Psique sentiu saudades das irmãs e pediu novamente que as deixasse visitá-la. Novamente as irmãs foram levadas pelo vento Zéfiro ao palácio, e desta vez convenceram Psique que seu marido era uma serpente monstruosa e que não tardaria em devorá-la. Ela, confusa, acabou lhes confessando não saber quem era seu marido.

As irmãs então a fizeram preparar uma lamparina e um punhal. Com a lamparina ela deveria iluminar o rosto de seu esposo e com o punhal cortar-lhe fora a cabeça. À noite, quando Eros já dormia, Psiqué acendeu a lamparina e viu o rosto do marido – um homem belíssimo. Não conseguindo mais matá-lo, deixou cair o punhal. Ao ver sua aljava, foi tocá-la e feriu-se numa das flechas, ficando eternamente apaixonada por ele. Sem se dar conta, deixou pingar uma gota de óleo quente da lamparina no ombro de Eros, acordando-o e fazendo-o fugir do palácio.

Desesperada, ela se jogou num rio, mas as águas a trouxeram de volta a margem. O deus Pan então a aconselhou a procurar por Eros.
Cansada de procurar por Eros, ela resolveu ir ao encontro de Afrodite para lhe pedir perdão. Afrodite já havia descoberto que seu filho estava ferido e apaixonado pela rival. Então Afrodite a humilha e lhe impõe quatro tarefas:

A primeira tarefa seria separar uma montanha de sementes por espécie, durante o período de uma noite.Psiqué sabia ser uma tarefa impossível para ela, mas apareceram várias formigas que a ajudaram e as sementes foram rapidamente separadas.

Afrodite, furiosa, impõe a segunda tarefa: exige que Psiqué lhe traga flocos da lã de ouro dos carneiros ferozes que existiam ali perto. Psiqué pensa mais uma vez em se jogar no rio e um caniço da beira do rio a aconselha a não se aproximar dos carneiros quando o sol estivesse a pino, mas sim quando fossem descansar à tarde, pois ao passar pelas arvores, deixavam naturalmente flocos de lã presos nelas. Ela só precisava colher a lã de ouro que precisasse. E assim foi feito.

Afrodite agora mais furiosa, achando que Psiqué só havia conseguido cumprir as tarefas com a ajuda de Eros, ordenou-lhe que cumprisse a terceira tarefa: com um vaso de cristal, Psiqué deveria apanhar água da fonte dos rios Cocito e Estige, rios infernais que tinham suas nascentes guardadas por dois dragões.Psiqué novamente pensou em desistir de tudo, mas desta vez foi ajudada pela águia de Zeus, isto é, o próprio Zeus metamorfoseado em águia, que cumpriu a tarefa por ela.

Veio então a quarta e a mais difícil de todas: Psiqué deveria buscar no reino dos mortos, uma caixa que continha a "poção da beleza imortal" que pertencia a Perséfone, esposa de Hades.

Psiqué, totalmente desesperançada, subiu em uma torre alta para se jogar lá de cima, mas a torre, no entanto, aconselhou-a como realizar a empreitada: deveria levar na boca duas moedas para pagar a passagem de ida e volta ao barqueiro Caronte. Em cada mão levaria um bolo de cevada para dar ao cão Cérbero que guardava a entrada e saída do Hades. Ela sofreria quatro tentações ao longo do caminho: primeiro passaria por um homem coxo, puxando um asno também coxo que carregava lenha. Deveria recusar-se a ajudá-los. Depois, já no barco de Caronte, um velho surgiria da água e lhe pediria "carona" no barco. Psiqué não poderia ajudá-lo. A terceira tentação seria quando passasse por tecedeiras que também lhe pediriam ajuda, e mais uma vez deveria se negar em ajudar. Por fim, a quarta tentação seria quando encontrasse Perséfone, não deveria aceitar o seu convite para jantar, o mais importante de tudo: logo que conseguisse a caixa, teria que retornar rapidamente sem abri-la.

Psiqué seguiu as instruções da torre em quase tudo, mas não resistindo à curiosidade abriu a caixa e caiu num sono mortal. Eros então, penalizado, vem agora em socorro de sua esposa. Guarda de novo o conteúdo na caixa e a desperta novamente para a vida.
Sabendo do esforço da jovem mortal em reconquistar o amor divino de Eros, Zeus a eleva à imortalidade do Olimpo. Do casamento de Eros e Psique nasceu uma menina chamada Volúpia.

Fonte de pesquisa: Mitologia grega - Junito de Souza Brandão

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