28/06/2008

Deusa Bastet

Guardiã das casas, feroz defensora da família e de seus filhos, representando o amor maternal. É também a Deusa de música e da dança, protetora de todos os gatos, mas inimiga das serpentes. Filha do Sol, encarna o aspecto pacífico da deusa Sekhmet.
Os egípcios parecem ter tido dificuldades para dissociar estas duas divindades e dizem que Bastet e Sekhmet são uma única pessoa com personalidades e características diferentes. A primeira é amável e sossegada, enquanto que a segunda é guerreira implacável.
Quando Bastet se enfurecia transformava-se na terrível Sekhmet uma leoa que punha fogo pela garganta. Passada da cólera metamorfoseava-se novamente em gata, reassumindo sua docilidade.
Em sua forma primitiva era representada como uma mulher com cabeça de leoa, que levava em uma das mãos a cruz ank, símbolo da vida e na outra, um cetro.

27/06/2008

Mito de Eros e Psiquê


Havia um rei que possuía três filhas. A mais jovem chamava-se Psiquê e era considerada a mais bela das mortais sendo considerada a encarnação de Afrodite, deusa do amor.
Sabendo disso, a enciumada Afrodite ordenou seu filho Eros que fizesse a jovem se apaixonar por um homem monstruoso.
Naquela época era comum a consulta sobre o destino dos mortais, e o pai de Psique procurou o oráculo de Apolo para saber sobre o destino de sua filha. A ele foi ordenado que ela deveria ser levada para o alto de um rochedo onde se uniria a um monstro horrível e assim foi feito.

Quando Eros tentou atingir Psiqué com uma de suas flechas, acabou se ferindo e se apaixonando por ela. Pediu então ao vento Zéfiro que a transportasse para o seu palácio e lá Psiqué era servida em todos os seus desejos. Eros vinha à noite, e sem se deixar ver, unia-se a Psiqué e desaparecia antes do amanhecer.

Com a ausência de Psiqué, suas irmãs choravam constantemente e ela, entristecida, pediu a Eros que as trouxessem ao palácio. As irmãs foram trazidas, mas ao verem-na tão feliz, sentiram inveja e quiseram conhecer seu marido. Esta, prevenida por Eros, não respondeu às perguntas e mandou-as de volta. Mas pouco tempo depois, Psique sentiu saudades das irmãs e pediu novamente que as deixasse visitá-la. Novamente as irmãs foram levadas pelo vento Zéfiro ao palácio, e desta vez convenceram Psique que seu marido era uma serpente monstruosa e que não tardaria em devorá-la. Ela, confusa, acabou lhes confessando não saber quem era seu marido.

As irmãs então a fizeram preparar uma lamparina e um punhal. Com a lamparina ela deveria iluminar o rosto de seu esposo e com o punhal cortar-lhe fora a cabeça. À noite, quando Eros já dormia, Psiqué acendeu a lamparina e viu o rosto do marido – um homem belíssimo. Não conseguindo mais matá-lo, deixou cair o punhal. Ao ver sua aljava, foi tocá-la e feriu-se numa das flechas, ficando eternamente apaixonada por ele. Sem se dar conta, deixou pingar uma gota de óleo quente da lamparina no ombro de Eros, acordando-o e fazendo-o fugir do palácio.

Desesperada, ela se jogou num rio, mas as águas a trouxeram de volta a margem. O deus Pan então a aconselhou a procurar por Eros.
Cansada de procurar por Eros, ela resolveu ir ao encontro de Afrodite para lhe pedir perdão. Afrodite já havia descoberto que seu filho estava ferido e apaixonado pela rival. Então Afrodite a humilha e lhe impõe quatro tarefas:

A primeira tarefa seria separar uma montanha de sementes por espécie, durante o período de uma noite.Psiqué sabia ser uma tarefa impossível para ela, mas apareceram várias formigas que a ajudaram e as sementes foram rapidamente separadas.

Afrodite, furiosa, impõe a segunda tarefa: exige que Psiqué lhe traga flocos da lã de ouro dos carneiros ferozes que existiam ali perto. Psiqué pensa mais uma vez em se jogar no rio e um caniço da beira do rio a aconselha a não se aproximar dos carneiros quando o sol estivesse a pino, mas sim quando fossem descansar à tarde, pois ao passar pelas arvores, deixavam naturalmente flocos de lã presos nelas. Ela só precisava colher a lã de ouro que precisasse. E assim foi feito.

Afrodite agora mais furiosa, achando que Psiqué só havia conseguido cumprir as tarefas com a ajuda de Eros, ordenou-lhe que cumprisse a terceira tarefa: com um vaso de cristal, Psiqué deveria apanhar água da fonte dos rios Cocito e Estige, rios infernais que tinham suas nascentes guardadas por dois dragões.Psiqué novamente pensou em desistir de tudo, mas desta vez foi ajudada pela águia de Zeus, isto é, o próprio Zeus metamorfoseado em águia, que cumpriu a tarefa por ela.

Veio então a quarta e a mais difícil de todas: Psiqué deveria buscar no reino dos mortos, uma caixa que continha a "poção da beleza imortal" que pertencia a Perséfone, esposa de Hades.

Psiqué, totalmente desesperançada, subiu em uma torre alta para se jogar lá de cima, mas a torre, no entanto, aconselhou-a como realizar a empreitada: deveria levar na boca duas moedas para pagar a passagem de ida e volta ao barqueiro Caronte. Em cada mão levaria um bolo de cevada para dar ao cão Cérbero que guardava a entrada e saída do Hades. Ela sofreria quatro tentações ao longo do caminho: primeiro passaria por um homem coxo, puxando um asno também coxo que carregava lenha. Deveria recusar-se a ajudá-los. Depois, já no barco de Caronte, um velho surgiria da água e lhe pediria "carona" no barco. Psiqué não poderia ajudá-lo. A terceira tentação seria quando passasse por tecedeiras que também lhe pediriam ajuda, e mais uma vez deveria se negar em ajudar. Por fim, a quarta tentação seria quando encontrasse Perséfone, não deveria aceitar o seu convite para jantar, o mais importante de tudo: logo que conseguisse a caixa, teria que retornar rapidamente sem abri-la.

Psiqué seguiu as instruções da torre em quase tudo, mas não resistindo à curiosidade abriu a caixa e caiu num sono mortal. Eros então, penalizado, vem agora em socorro de sua esposa. Guarda de novo o conteúdo na caixa e a desperta novamente para a vida.
Sabendo do esforço da jovem mortal em reconquistar o amor divino de Eros, Zeus a eleva à imortalidade do Olimpo. Do casamento de Eros e Psique nasceu uma menina chamada Volúpia.

Fonte de pesquisa: Mitologia grega - Junito de Souza Brandão

21/06/2008

Lua Adversa



Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!

Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)

No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

(Cecília Meireles)

20/06/2008

Descobre-te


Descobre-te como mulher
Com a leveza de uma menina
Olha-te no espelho,
Abra um sorriso.
Olha dentro dos teus belos olhos
Vê essa chama que te compreende
Esse desejo de gritar
Essa ternura que te acalma
Precisas de um consolo
Que tu mesmo guarda
De uma alegria que de
Teu próprio peito brota
É essa breve solidão
Tua melhor amiga
Que te escuta calada
E seca teu pranto.

(Laerte Pedroso)

19/06/2008

Vozes do Mar


Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?
Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d’epopeias?
Tens anseios d’amarguras?
Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz,ó mar amigo?…
Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões
numa saudade...

Teu Segredo


O mundo diz-te alegre porque o riso
Desabrocha em tua boca, docemente
Como uma flor de luz! Meigo sorriso
Que na tua boca poisa alegremente!

Chama-te o mundo alegre. Ai, meu amor,
Só eu inda li bem nessa alegria!…
Também parece alegre a triste cor
Do sol, à tarde, ao despedir-se o dia!…

És triste; eu sei. Toda suavidade
Tão roxa, como é roxa uma saudade
É a tua alma, amor, cheia de mágoa.

Eu sei que és triste, sei. O meu olhar
Descobriu o segredo, que a cantar
Repoisa nos teus olhos rasos d’água!…

(Florbela Espanca)

18/06/2008

Se tu viesses...


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

(Florbela Espanca)

16/06/2008

Poema do Adeus


E então eu fiz um bem
Dos males que passei
Fiz do amor uma saudade de você
E nunca mais amei

Deixei nos olhos teus
Meu último olhar
E ao bem do amor
Eu disse adeus
Caminho o meu caminho
E nos lugares que passei
As pedras do caminho
São o pranto que chorei

Escondo em minhas mãos
Carinhos que eram teus
E guardo tua voz
No poema do adeus

(Luis Antonio)
...para M.A.A.

15/06/2008

Maçãs do Topo


"As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos.
Mulheres são como maçãs em árvores.

AS MELHORES ESTÃO NO TOPO.

Os homens não querem alcançar essas boas,
porque eles têm medo de cair e se machucar.
Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão,
que não são boas como as do topo,
mas são fáceis de se conseguir.
Assim, as maçãs no topo pensam
que algo está errado com elas,
quando na verdade, ELES estão errados...
Elas têm que esperar um pouco mais
para o homem certo chegar...
aquele que é VALENTE o bastante
para escalar até o topo da árvore”.

(Machado de Assis)

Copo de Cólera

Barman,

me veja um copo de cólera cega,
de fúria ensandecida,
de raiva destrutiva,
de tristeza instransponivel,
de ódio endurecido,
de rancor profundo,
de desespero irreparável,
de pânico assolador,
enfim,
um copo repleto de algo anestésico...

14/06/2008

Sonhos de uma Noite de Verão


Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem diga nem todas
Só as de verão.
Mas no fundo, isso não tem muita importancia.
O que interessa mesmo não são as noites em si
São os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre
Em todos os lugares,
Em todas as épocas do ano,
Dormindo ou acordado.

(William Shakespeare)

Antiga Canção Irlandesa

Tenho este poeminha guardado a muitos anos. É como uma pequena oração e reflete de um modo carinhoso o que eu desejo para todas as pessoas especiais em minha vida.

"Querido amigo...
Que o caminho seja brando a teus pés
O vento sopre leve em teus ombros
Que o sol brilhe cálido sobre teu rosto
As chuvas caiam serenas em teus campos
E até que eu de novo te veja
Que Deus te guarde na palma da mão"

Com carinho para todos os meus amigos e família

08/06/2008

O Milagre de Tambaú


Uma velha milionária, ao receber a benção
Jogou as muletas fora, no meio da multidão
Tirou seu colar de ouro, e chorando de emoção
Quis entregar para o Padre, pra mostrar sua gratidão

O Padre então lhe falou: eu não posso aceitar
Que os milagres que Deus faz, só o bem pode pagar
Mais se é esse o seu desejo, pegue então o seu colar
Dê a primeira pessoa, que no caminho encontrar

A primeira criatura, que na estrada apareceu
A velha lembrou do Padre, do seu carro ela desceu
Foi pra dar o seu colar, na hora se arrependeu
Por ser uma pobre preta, cinco mil reis ela deu

Mais adiante a velha rica, viu suas pernas enfraquecidas
Voltando de novo ao Padre, por ele foi repreendida
Teus cinco mil reis estão aqui, guarde pro resto da vida
Que a pretinha que você viu, era Senhora Aparecida

07/06/2008

Final Feliz

Chega de fingir.
Eu não tenho nada a esconder
Agora é pra valer
Haja o que houver

Não tô nem aí
Eu não tô nem aqui
Pro que dizem
Eu quero é ser feliz!
e viver pra ti...

Pode me abraçar sem medo
Pode encostar sua mão na minha

Meu amor...
deixa o tempo se arrastar sem fim...
Meu amor,
Não há mal nenhum gostar assim

Oh, meu bem...
Acredite no final feliz
Meu amor,
Oh meu amor...

(Jorge Vercillo)

04/06/2008

Olhando o Mar


Sempre que fito o mar
tenho a ilusão de achar-me diante
de um silêncio amplo, ondulante,
de um silêncio profundo,
onde vozes lutassem por gritar,
por lhe fugirem do invisível fundo.

Diante do mar eu fico triste,
nessa mudez de quem assiste
reproduções do próprio dissabor.
Diante do mar eu sou um mar,
a outro de aporte a se indeterminar.

O mar é sempre monotonia,
na calmaria ou na tempestade.
Fujo de ti, ó mar que estrondas!
porque a tristeza que me invade
tem a continuidadedas tuas ondas...

Mas te amo, ó mar,
porque minha alma e a tua são bem iguais:
ambas profundamente sensíveis,
e amplas, e espelhantes.
Nelas o ambiente atua
apenas superficialmente...
Calma de cismas,
de êxtases, de sonhos,
desesperos medonhos,
ânsias de azul, de alturas...

Longos ou rápidos instantes
em que me transfiguro,
em que te transfiguras...
Nos nossos sentimentos sem represa,
nas nossas almas, quanta afinidade!
Tu sentindo por toda a natureza!
Eu sentindo por toda a humanidade!

Nos dias muito azuis, o meu olhar,
atento, a descer e a se elevar,
supõe o mar um espreguiçamento
do céu e o céu um êxtase do mar.
Há nos ritmos da água marinha
uma poesia, a mais completa,
essa poesia universal da mágoa.

O mar é um cérebro em laboração,
um cérebro de poeta;
nas suas ondas, vêm e vão
pensamentos, de roldão.
O mar, imperturbavelmente,
a rolar, a rolar...
O mar...Concluo sempre que medito
em sua profundeza e em sua vastidão:
o mar é o corpo, é a objetivação
do espaço, do infinito.

(Gilka Machado)

01/06/2008

Amado


Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do Sol, postal, mais ninguém
Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você

(Vanessa da Mata)