31/05/2008

Nós dois


Queria ter lhe conhecido antes,
muito antes...
Para que nenhum de nós dois tivesse
medos ou cicatrizes.

Queria ter estado com você,
quando seu coração descobriu
o que era AMOR.
Quando seu corpo descobriu
o que era DESEJO.

E antes que pudesse sofrer,
eu estaria do seu lado,
amando-lhe.
entregando-me,
e juntos poder ter aprendido,
as lições da vida e do coração...

Queria ter te conhecido muito antes...
Quando suas esperanças
começaram a nascer,
quando seus sonhos ainda eram puros,
e seus ideais ainda ingênuos...

Pena termos nos encontrado só agora,
já com o coração viciado
em outros amores,
com uma imagem meio falsa,
do que é felicidade,
do que é entregar-se.

Queria ter lhe encontrado antes,
muito antes...
Numa nova vida, num outro tempo,
em que não precisássemos
temer o nosso futuro,
nem nossos sentimentos...

(Wilma Galvão
)

Perguntei pro Mar


Perguntei pro mar,
se estou certo ou errado
De ficar esperando o meu amor.
Ele me respondeu:
Já se passaram dez anos
Eu só existo de tanto você chorar!
Escute o que seu coração tem a dizer
Você é tão bom e merece ser feliz
É so olhar para o céu,
e escolher uma estrela!
Pede para ela te mostrar o seu novo amor!
Olhei pra o lado e encontrei
uma pessoa que estava triste como eu
Cheguei mais perto e abri meu coração
sem medo de errar.
Ah... que olhar azul...
é a cor do novo amor
E você! que entrou no meu caminho
só pra me fazer feliz
E você! que vai ter de presente
todo o meu amor
Então me beija, me abraça,
vamos recomeçar o tempo!
E eu vou agradecer a estrela
que te trouxe pra mim...

(Bruno Lima)

27/05/2008

Experiências


Me dei conta que a vida é um conjunto de experiências para serem apreciadas, e não sobrevividas.
Não guardo o melhor frasco de perfume para as festas especiais, mas uso quando quero sentir sua fragrância.
Vamos fazer tudo que temos vontade, HOJE...
Procure não retardar, esquecer ou conservar nada mais que poderia acrescentar sorrisos de felicidade à sua vida.
Cada dia que passa, diga para si mesmo que este é um dia muito especial.
Cada dia, cada hora, cada minuto que passa...é especial.
Não permita que um pequeno deslize danifique uma grande amizade.
Decore o seu poema preferido, ou a música que gosta de ouvir.
Diga " eu te amo" , somente quando seu amor for verdadeiro...
E se tiver que dizer " Eu lamento muito" , olhe bem nos olhos da pessoa.
Ame profundamente e apaixonadamente, você pode se machucar, mas é a unica maneira de viver a vida em sua totalidade.
Se não estiver de acordo, seja ao menos leal, fale lentamente, mas pense com rapidez.
Se alguém lhe fizer perguntas que não quer responder, sorria e pergunte: " porque quer saber?" Lembre-se que um grande amor, assim como um grande sucesso, comporta um grande risco. Sorria quando atender o telefone...quem estiver ligando vai perceber pela voz.
Case-se com alguém que gosta de conversar.
Quando envelhecer, a habilidade no conversar será mais importante do que qualquer outra coisa. Confie em Deus, mas feche bem o seu carro.
Nunca interrompa alguém que lhe esteja demonstrando afeto...
Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor entre as duas pessoas é maior do que a necessidade que elas têm uma pela outra.
Lembre-se que o silêncio, as vezes, é a melhor resposta.

23/05/2008

O Medo


Em verdade temos medo. Nascemos no escuro.
As existências são poucas. Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto. E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo. Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios. Vadeamos.
Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas, doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor, este célebre sentimento,
E o amor faltou: chovia, ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo... Nevava.
O medo, com sua capa, nos dissimula e nos berça.
Fiquei com medo de ti, meu companheiro moreno.
De nós, de vós, e de tudo. Estou com medo da honra.
Assim nos criam burgueses. Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto? E se todos nós vivêssemos?
Vem, harmonia do medo, Vem ó terror das estradas,
Susto na noite, receio... De águas poluídas.
Muletas, do homem só.
Ajudai-nos, lentos poderes do Láudano.
Até a canção medrosa se parte, se transe e cala-se.
Faremos casas de medo, duros tijolos de medo,
Medrosos caules, repuxos, ruas só de medo, e calma.
E com asas de prudência com resplendores covardes,
Atingiremos o cimo de nossa cauta subida.
O medo com sua física, tanto produz: carcereiros,
Edifícios, escritores, este poema, outras vidas.
Tenhamos o maior pavor. Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os. Estátuas sábias, adeus.
Adeus: vamos para a frente, recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes... Fiéis herdeiros do medo,
Eles povoam a cidade. Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas, dançando o baile do medo.

(Carlos Drummond de Andrade)

18/05/2008

Noturno


Veleiro ao cais amarrado
em vago balouço, dorme? Não dorme.
Sonha, acordado, que vai pelo mar enorme,
pelo mar ilimitado.
Se acaso me objetardes
que veleiro não é gente e, assim,
não sonha nem sente,
sem orgulhos nem alardes eu direi:
por que haveria de falar-vos do homem triste
mas de olhar grave e profundo que,
à amargura acorrentado sonha, no entanto,
que vive toda a beleza do mundo?
Melhor é dizer: Veleiro...
veleiro ao cais amarrado,
sob as límpidas estrelas.
Vela branca é uma alma trêmula,
sobretudo se cai sombra do alto abismo constelado.
Veleiro, sim, que não dorme
mas na silente penumbra sonha, ao balouço,
acordado que vai pelo mar enorme,
pelo mar ilimitado.


(Tasso da Silveira)

17/05/2008

...


Este teu olhar


Há, neste olhar com que me olhas,
alguma coisa a mais que não defino,
algo assim inacessível e ao mesmo tempo tão chegado.
Há, neste olhar com que me olhas,
uma luz profunda que me embriaga e me faz tremer,
ciente de que me vês.
Há, em teu olhar e no teu jeito,
alguma coisa de íntimo que me arrebata,
e me atira num deslumbramento febril, inebriante.
Sei que me sentes,embora sem palavras nos falamos.
Tu sabes que sou a meta,eu sei que tu és o fim.

10/05/2008

Desejos Vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o Sol, a luz imensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até a morte!

Mas o Mar também chora de tristeza ...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!

E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras ... essas ... pisa-as toda a gente! ...